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O eufemismo de um quase

quarta-feira, agosto 19, 2015


Oi gente! Como vocês estão?

Minha semana nunca esteve tão corrida como essa, não estou tendo tempo pra absolutamente n-a-d-a! Sério, não vejo a hora de poder descansar :( Estou exausta, e ultimamente não tenho muito tempo pra me dedicar ao blog. Mas hoje uma notícia me deixou muito feliz!

A minha escola faz um concurso de textos anualmente, e esse ano eu concorri na categoria crônicas e contos. Tive 5 textos finalistas, e isso já me deixou extremamente lisonjeada. Hoje foi a cerimônia de premiação, e fico muito feliz em dizer que: fiquei em primeira colocação na categoria Crônicas! Sim <3 Fiquei muito contente, e quis compartilhar aqui a minha felicidade. Então hoje trago aqui o texto que ganhou. Eu já tinha postado ele mas retirei pro concurso, então agora, está de volta :) Espero que gostem.
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Ela quase ganhara o concurso de fotografia, mas ficou em segundo lugar, o que não foi o suficiente para ganhar a tão sonhada viagem para Londres. Ah, e quase falara com ele. Até chegou a abrir suas mensagens anteriores e começou a digitar, mas faltou-lhe coragem. O arrependimento acabou por se fazer companhia mais uma noite. Da próxima vez, talvez mandasse um oi.

Será que gostava dela? Amava. Ele quase a beijara, mas o telefone tocou e isso soara como um impedimento. Duas semanas depois, ela estava namorando. E não era com ele.

Quase conseguira escrever um texto, mas nunca encontrara as palavras necessárias para colocar no papel aquilo que transbordava pelo coração. E o sonho de escrever um livro ia aos poucos por água abaixo. Assim como as metas do ano.

Um quase é um eufemismo. É um não disfarçado, que se esconde por baixo do prêmio de consolação que é a frase "mas foi quase!". O quase é como um tapa na cara, que dói ao informar em alto e bom som que você conseguiu ir além do começo, mas não alcançou a linha de chegada. É a incompletude, a penúltima página. É o possuir asas e não poder voar. É chegar ao precipício e não conseguir pular. É chegar meia hora depois e perder a banda favorita. É chegar dois minutos antes e perder o - talvez - amor da sua vida.

Quem vive de quases, não vive por inteiro. Quem vive de quases vive de nãos. Vive de negações, de necessidades não satisfeitas, de desejos não realizados. De amores não amados. De metas não atingidas. Vive de expectativas, ilusões e sonhos. Vive de futuro do pretérito. Vive de seria, poderia, conseguiria. Quem vive de quase, não vive.

Um quase é um tropeço no meio do caminho, e não uma queda. Mas é preferível ter marcas daquilo que um dia foi do que carregar na mente apenas as idealizações daquilo que nunca pôde ser.

O quase é mais do que nada, mas também não é tudo. É metade cheio e metade vazio. O quase é um meio-termo, e de meio-termo ninguém se completa, tampouco consegue se suprir. Não sustenta, não basta e não pode se fazer suficiente.

Um quase é ter duas estradas uma ao lado da outra, e optar pelo caminho da esquerda, quando a felicidade estava toda contida no caminho da direita. Infelizmente, você descobriu isso depois.

Mas foi um quase, dizem eles.

Acordara no meio do sonho, mas quase foram felizes para sempre. Quase.


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6 comentários

  1. Cada dia me surpreendo mais com você, Mari. Que texto fascinante, de verdade. Li duas vezes. Muito bem merecido o prêmio e, afinal, PARABÉNS!!! Sempre disse que você arrasa! Estou orgulhosa rs
    O quase machuca, dilacera, porque até o não é definitivo, algo simplesmente lhe foi negado, mas a sensação de chegar tão perto e não conseguir, faz todo o esforço parecer em vão. O quase é destrutivo e também é tudo isso que você disse. "Quem vive de quase, não vive."
    Cara, preciso dizer >de novo<: você é muito boa nisso!! E é por isso que é minha escritora desse universo blog favorita.
    Parabéns de novo, Mari! Principalmente pela determinação de postar todos os dias e tirar um tempinho pro blog mesmo com tudo acontecendo na sua vida do outro lado da tela. Um beijo!!!

    Café de Beira de Estrada

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    1. Ahh, obrigada! Eu também estou orgulhosa, hehe :D Fiquei muuito feliz!
      Sim, é destrutivo mesmo. Acho que não tem coisa pior do que chegar super perto de conseguir e não conseguir. A gente vê tudo se destroçar nas nossas mãos.
      Obrigada pelo carinho, estou tentando fazer de tudo pra manter atualizado por aqui ;)
      Beijos.

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  2. Parabéns Mari, você é a melhor! Que crônica maravilhosa <3
    Que esse seja só o começo, muito sucesso para você.
    ritmoamorepoesia. blogspot.com

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    1. Muito obrigada Lu! Espero que seja só o começo mesmo. Beijos <3

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  3. Mari! Fiquei muito orgulhosa! Parabéns, essa crônica é linda mesmo e merecida a premiação. Sei que vais longe pois tens um talento natural com a escrita. Te desejo o maior sucesso do mundo e que sejas muito feliz! Um abraço dos dindos

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    1. Dinda, muito obrigada! Fiquei muito feliz com o prêmio. Agradeço o comentário e que assim seja, que eu ainda consiga ir muito longe :) Beijos.

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