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Eu nunca fui de seguir as regras, mesmo

quarta-feira, junho 28, 2017

 Foto: @luizclas

Desde que você entrou no meu apartamento naquela sexta-feira à noite, eu sabia que não tinha mais volta. Eu não estava no meu melhor momento, mas você ajudou a amenizar o turbilhão de sentimentos que se passava aqui dentro. Na verdade, fez com que eles aflorassem mais ainda. Eu já nem sabia direito o que pensar, ou o que sentir. Te ter por perto fez eu esquecer toda a minha confusão por algumas horas.

Eu nem sei por que te convidei para ir lá pra casa. Eu nem sabia teu nome. Não sabia teu endereço, nem teu telefone. Só sabia que frequentava o mesmo bar que eu todas as semanas, e que sempre saía de lá com a mesma garota. Naquela noite, não saiu. Porque a garota escolhida fui eu.

Você cheirava a um perfume bom e que eu nunca tinha sentido antes. Vestia uma camisa preta cujos botões eu já havia desabotoado mentalmente, e o cabelo bagunçado entre as minhas mãos sugeria cenas que ainda não haviam acontecido, mas seriam concretizadas logo depois. Onde eu estava com a cabeça?

Sempre fui impulsiva, mas eu sabia que você era minha pior escolha. Era o cara que iludia todas as mulheres. Que no fundo, era de uma só, mas não dizia isso pra ela, tampouco deixava as outras de lado. Eu era uma das outras. Só mais uma. Todos me diziam pra te deixar de lado, pra não fazer contato visual. Tarde demais. Você já havia me fisgado faz tempo.

O meio sorriso foi o ápice para me deixar querendo mais. Mas era você. Era você! Justo quem eu não deveria querer. Justo quem não iria me ligar no outro dia. Pediria meu telefone e não mandaria mensagem, afirmaria marcar um segundo encontro mas sabia muito bem que nossa despedida já era no primeiro. Mas eu já estava ali. E eu nunca fui de seguir as regras. Eu sempre fui do contra. Aquela que você achava que não conseguiria conquistar.

Olhei no fundo dos teus olhos, implorando pra não me render. Mas minha vontade era maior. A vontade de descobrir cada pedacinho de ti, mesmo que por um dia. Eu sabia que não te veria mais. Que precisaria esquecer teu nome na manhã seguinte. Mas como eu disse, nunca fui de seguir as regras. E pra quem já quebrou tantas, o que seria mais uma? Eu estou aqui pra jogar. E você sabe muito bem disso.


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8 comentários

  1. Você faz textos muito bons parabéns, to acompanhando teu blog e achei a coisa mais linda e amo seus posts e seu canal no YouTube. Parabéns Mari...<3

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    1. Awnn que lindaaa, fico tão feliz com isso, Giulia! Muito obrigada, mesmo ❤

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  2. Uau! Que texto, você deveria escrever um livro!

    http://www.vinteoutonos.com/

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  3. Isso me lembrou o quanto eu era livre, leve e solta, como eu era destemida, até mesmo imprudente, mas que agia com liberdade. Já vivi um momento desses, foi ótimo. Saciar os desejos mais carnais, finalmente sentir o que eu sabia que não poderia, talvez não fosse correto, mas mesmo assim eu queria. A sensação de proibido, de errado, era o que mais prevalecia e fazia a adrenalina falar mais alto no corpo e nos pensamentos, até eu decidir arriscar, mesmo sabendo no que ia dar. E foi bom. Foi ótimo, na verdade. Nunca me arrependerei daquilo.

    Beijos,
    Última postagemFanpage

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    1. Simmm, te entendo hahahah já passei por algo assim também! É bom pra ter na lembrança e com certeza são experiências que fazem parte da vida, né? Fico feliz que tenha se identificado <3

      Beijos, Gaby!

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  4. Que texto lindo, que escolha de palavras e organização maravilhosa! Parabéns, eu gostei muito. Você escreve muito bem moça.
    Beijos, Tau.
    versos-de-inverno.blogspot.com

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    1. Aaai que amorzinho, muito obrigada, sério! ❤ Mil beijos!

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